O impulso artístico visceral é um dos mais fascinantes. E alguns artistas, como Oliver Sagazan, gosta de fazê-lo de várias formas.
Seus primeiros trabalhos foram feitos na forma de estátuas. Bem macabras, por sinal. E foi com elas que ele começou a ganhar sua primeira notoriedade. Mas ele podia fazer mais.
Marionetes macabros vieram logos depois. Uma forma de fazer estas estátuas serem mais funcionais. E em seus teatrinhos macabros, o artistas pode expressar um pouco mais da sua veia artística visceral. Mas ele não parou por aí.
Depois dos marionetes, Sagazan também começou a criar algumas performances artísticas, Não só com ele mesmo, mas também com companhias de atores. Uma mais bizarras que a outra.
É incrível notar a versatilidade deste artistas! Unindo várias expressões da arte, ele consegue fazer um trabalho que transita entre Acionismo Vienense, Dadaísmo, Expressionismo e Teatro da Crueldade. Certamente, um trabalho fabuloso! Confere mais algumas amostras dele logo abaixo!
Pinturas de retratos sempre chamam a atenção, mesmo que a gente não saiba quem é a pessoa que é retratada. E, no caso dos trabalhos deste artista suéco, os rostos são praticamente irreconhecíveis.
O trabalho dele, que lembra vagamente Acionismo Vienense, chama a atenção pelo modo perturbador com que ele pinta rostos. Vamos ver estas belas telas logo abaixo!
Uma dupla de artistas belgas conhecida como Mothmeister faz um trabalho misto de escultura, fotografia e taxidermia para criar imagens extremamente lúgubres, estranhas, assustadoras… e lindas!
Misturando temas diversos, como folclore, temas da morte e magia, a arte deles é do tipo que não se vê sempre. E deve ser apreciada!
Não vou falar nada por enquanto. Quero que primeiro vocês, leitores deste blog, assistam este vídeo.
Esta é uma peça de arte tecnológica criada pelos artistas chineses Sun Yuan e Peng Yu. Ela ficou à mostra no Museu Guggenheim, em Nova York, entre 2016 até 2019 – quando parou de funcionar. Com o título “Can’t Help Myself” ela é a prova de que a arte moderna e performática, quando bem executada, tem muito à dizer.
Trata-se de um braço mecânico programado para limpar o líquido vermelho que escorre de si mesmo o tempo todo. Uma tarefa simples e que, como todo objetivo de uma nova tecnologia, foi feito pensando em auxiliar a humanidade em questões práticas do dia-a-dia. Porém, pelo seu nome, e o modo como o aparelho foi instalado nesta exposição de arte, diz muito sobre a condição humana.
Os dois artistas queriam realçar o absurdismo da situação que foi pensada, inicialmente, em questões relacionadas às fronteiras dos países. O esforço do braço mecânico em “conter” suas fronteiras, e a bagunça que ele faz, espirrando o líquido vermelho para todos os lados, num esforço que é inútil para ele e que provoca um ciclo sem fim de violência. O líquido vermelho, obviamente, é uma alusão ao sangue derramado das pessoas.
Mas da mesma forma que serve para demonstrar problemas graves no Macro da sociedade humana, também o demonstra no Micro dos conflitos internos dos indivíduos. O braço mecânico trabalhou incessantemente para conter o líquido e, no final, ‘morreu’ com o trabalho incompleto.
É uma alusão à um Trabalho de Sísifo, algo que por mais que você trabalhe e se esforce, nunca vai dar conta. O líquido vermelho jamais vai parar de jorrar de você, mas você continua se esforçando para que ele não se derrame demais. Um ciclo constante de tentar evitar se desmoronar por completo. Limpando seus pedaços enquanto todos observam você sem fazer nada, afinal o objeto também está separado do público por uma sala envidraçada de proteção, colocada para entretenimento.
Há outras interpretações, claro, mas eu gosto desta. E você, o que pensou sobre ela assim que a viu antes deste texto todo que eu escrevi?
A arte macabra pode ficar tediosa rapidamente se você não é imaginativo. Para apreciadores deste nicho, depois de ver tantas vísceras e sangue por aí – em filmes, ilustrações, fotos, videogames, etc – o que mais pode nos surpreender?
Que tal as esculturas abaixo?
Num misto de horror corporal e beleza lírica, o escultor Emil Melmoth nos presenteia com ótimas peças – que poderia facilmente ser presentes de casamento para os nossos mais queridos amigos. Eu, pelo menos, adoraria ganhar uma delas.
Quando adolescente, o canadense Rick Genest sofreu um grave acidente que o fez ficar em coma entre a vida e a morte. Após esta experiência traumática, ele acabou ficando obcecado com a ideia da morte, mas não no sentido de ter medo, receio ou de só pensar nela, mas sim de aceitá-la que ela viria um dia.
Então, ele começou a tatuar o corpo inteiro, inclusive o rosto, com desenhos que o faziam lembrar da sua mortalidade, transformando-se num Memento Mori vivo.
No princípio, ele começou a aparecer em listas na internet de “as piores tatuagens que você poderia fazer” e coisas do tipo, com pessoas julgando a estética dele como morbidamente exagerada e passível de forte arrependimento futuro. Porém, foram estas tatuagens que o tornaram famoso, permitindo que ele participasse de videoclipes da Lady Gaga, Marlym Mason e outros, além de participação em filmes e se tornando um modelo. A carreira artística dele começou.
Infelizmente, ele morreu em 2018, com apenas 32 anos, após se acidentar em sua sacada do prédio. Na época, muitos especularam que poderia ter sido suicídio, mas gravações da câmera de segurança provaram que foi apenas um acidente.
Bem, não foi o primeiro acidente que ele sofreu, mas foi definitivamente o último. Zombie Boy encontrou o seu descanso final.
A maioria dos jogos que querem criar mundos fantasiosos, ocasionalmente, baseiam-se em lendas antigas e religiões do passado. Mitos da Grécia Antiga ou histórias de povos célticos, egípcios e outros. Na maior parte das vezes, mitologias que as pessoas não acreditam mais e que já sabem que é tudo fantasioso.
Por esta razão, o jogo Blasphemous destaca-se por usar mitologia cristã – mais especificamente católica – em seu mundo de Dark Fantasy.
Embora eles não utilizem diretamente as nomenclaturas sacras desta que é a maior religião do mundo em número de devotos – nomes como Jesus, Maria, nomes de santos, papas e outros – ainda assim é escancarado o suficiente para talvez trazer um certo desconforto aos mais crentes. Sobretudo porque mostra tudo de uma forma um tanto ‘entortada’ (um termo adequado quando aprendemos mais sobre a história deste mundo) e que pode causar arrepios.
O jogo é do estilo Search Action (antigo ‘metroidivania’) que, em português, também pode ser traduzido como Buscação: um jogo onde o personagem vai e volta em vários cenários interligados, ganhando novas habilidades à medida que evolui, permitindo revisitar áreas com novas habilidades de exploração e descobrir segredos incríveis.
Os conceitos de arte do jogo ficaram quase todos na mão do artista espanhol Juan Miguel Lopez, nascido em um país com forte influência católica, da onde surgiu uma das suas manifestações mais perversas: a Inquisição. E é neste cenário de desespero, e fé cega, que a história fantástica do jogo se desenrola, em um mundo onde milagres existem, mas cobram um preço caro de todos os seus devotos.
Abaixo, várias artes deste jogo incrível. Espero que gostem.
Existem certas obras que são macabras não por mostrar algo que seja horrível ou perturbador, mas sim por mostrar coisas que parecem normais e cotidianas… mas com alguma coisa alí que a gente vê que não está certo.
Esta é a especialidade do pintor Miles Cleveland Goodwin. Tirando algumas pinturas dele onde ele obviamente coloca caveiras e coisas do tipo, a maioria das outras parecem cenas normais… maaaais ou menos!
É chamado de “Dark Fantasy” histórias com elementos sobrenaturais que apelam para situações de horror. Pode-se dizer que os contos de fadas originais da Europa eram todos Dark Fantasy, mas o folclore de outros países também trazia monstros tenebrosos – como a cultura japonesa.
Kimetu no Yaiba começou de forma discreta na Shonen Jump em 2016. Por ser uma história com um traço pouco usual para a revista, além de temas diferentes, muitos acreditavam que a história poderia ser descontinuada pela revista por não ter muito público. E, de fato, no seu primeiro ano o mangá custou a se manter vivo.
Até que, em 2019, a estréia da sua série animada fez o mangá EXPLODIR em popularidade! Uma grata surpresa.
Nessa história, acompanhamos a jornada de Tanjirō Kamado, um garoto bondoso que vive junto com sua mãe e seus irmãos, ganhando dinheiro vendendo carvão. Certo dia, ao voltar para casa, Tanjiro descobre que toda sua família foi atacada por onis, sendo que uma de suas irmãs, Nezuko, é a única que sobreviveu ao ataque. Nezuko então passa a ser um oni, mas ela surpreendentemente ainda demonstra sinais de emoções e pensamentos humanos. Tanjirō decide então se tornar um caçador de onis, e com a ajuda de Nezuko, passa a sair em jornadas pelo Japão a fim de impedir que a mesma tragédia que afetou sua família aconteça com outras pessoas, enquanto que ele busca uma maneira de tornar Nezuko humana novamente.
A história mostra criaturas do folclore japones de uma maneira bem perturbadora – apesar do traço fofinho. Uma abordagem um pouco diferente que um Inu Yasha fez no passado. E é isso que faz dela especial.
Confira neste post todas as capas publicadas do mangá.